The Man Who Would Be King [ FINALIZADA ]

A dimensão de Crowley era de longe a mais majestosa de todas ( uma das centenas pertencentes ao inferno, ninguém sabe como é a dimensão de Lúcifer por quê nenhum demônio conseguiu alcança-la a não ser os seus filhos. ) O local era enorme, terra corrompida e destorcida eram as planices do local, era quase impossível caminhar por ali, ou se era acabava se tornando algo extremamente cansativo isso por que o chão se retorcia e tomava formas que impediam qualquer um sem-asas alcançar a fortaleza de sangue. E o "chão" na verdade eram plataformas em cima de um vazio.

A fortaleza de sangue tinha o tamanho de três castelos humanos grandes, e a imensidão do local fazia com que ele se tornasse um labirinto fantasma. Demônios grandes e fortes viviam naquelas terras mas apenas aqueles que Crowley permitia a estadia ou tinha preguiça de bani-los. Algumas das criaturas procuravam reconhecimento do príncipe local ou queriam se provar como grandes guerreiros e receberem patentes mas Crowley não ligava para qualquer um deles.
Em sua fortaleza não residia ninguém a não ser o próprio filho de Lúcifer, e Alice, a neta. Os poucos demônios que conseguiram um dia alcançar a fortaleza de sangue nunca retornaram, acabaram morrendo para as armadilhas e truques do local... Apenas uma pssoa havia sobrevivido naquela selva. Na época ele era Bastiel mas fora nomeado por Lúcifer como Belphegor após se provar digno de ser um Lorde.

Corriam histórias no inferno de que muitas das paredes da fortaleza eram pintadas à sangue dos homens que Crowley mutilou e esquartejou e então usou como " tinta ", além disso também falavam que Crowley tinha um hobbie para toda vez que ficava entediado, ele trazia demônios aleatórios de suas terras a seu castelo e então os torturava das mais diversas formas apenas para ouvi-los gritar, e esses sons eram escutados por toda a dimensão. Mas eram apenas boatos. Lá estava ele em sua sala do trono, sentado e entediado.Quando notou Alice se aproximando disse - Alice. Tenho coisas a fazer no mundo mortal, o castelo será seu em quanto eu estiver fora. Esperei até hoje por esse dia, quando eu voltar não serei mais um príncipe, Alice, serei Rei, e quando escreverem sobre mim dirão que meu reinado começou neste dia. - Ele sorriu - E você será uma Princesa -

Desde o aparecimento daquelas asas Alice esteve mudando, assistir as sessões de tortura e as chacinas que seu pai tanto amava. Não se sentia mais o demônio que costumava ser, não sentia nem ao menos uma fagulha daquele poder que um dia correu por dentro dela, mas ainda assim era parte da raça suprema, ainda assim era parte da família real, não poderia deixar se abalar por aquilo e muito menos mostrar fraqueza para aqueles que estão abaixo dela, estava decidida a fazer algo para recuperar seu poder, iria voltar a por o medo no coração de seus inimigos, então foi até seu arsenal pessoal  e vestiu-se com uma armadura leve, que praticamente era só um peitoral de ferro negro na parte de cima de um vestido, embainhou suas espadas e prendeu o grimório ao vestido e foi mais uma vez se despedir de seu pai.

A herdeira de Crowley andava por aqueles corredores com convicção, com uma expressão imponente e inabalável em seu rosto, abriu os enormes portões de ferro que levavam até os aposentos de seu pai com um empurrão bruto, entrou no local, fez reverencia e disse:

- Meu pai, venho...

Mas antes que pudesse terminar sua frase seu progenitor a interrompeu, mas uma vez com aquelas conversas sobre deixar de ser príncipe, Alice sabia que seu pai jamais seria capaz de tomar o inferno sem ajuda de seus tios ou alguma entidade muito poderosa, achava tudo aquilo tolice e até mesmo loucura, mas estava cansada de mais para tentar impedir aquele velho demônio.

- Meu pai, do que está falando? Pretende se rebelar contra o caído? – Colocou-se de pé e continuou. – Se vai as armas por favor leve-me contigo, estou cansada de ser taxada como fraca por culpa dessas malditas asas.

A garota encarava seu pai com o olhar mais determinado que podia ter, esperava a resposta dele com suas mãos em cima do cabo de suas espadas.

Crowley se aproximou de Alice e tocou as penas negras de sua asa com delicadeza, Alice era o maior tesouro dele, talvez não a amasse como deveria mas necessitava dela para casos de emergência. - Preciso de você aqui, se eu não voltar será você quem assumirá meu trono ... Não um de meus irmãos, não um demônio qualquer - Crowley moveu sua mão para os cabelos loiros de sua filha - Você me lembra Lúcifer ... É tão bela quanto ele - Ele então deu alguns passos para trás e continuou a falar

- Suas asas indicam a realeza, demônios lordes não conseguem gerar uma asa se quer... Você, você gera duas -

Crowley caminhou lentamente até a sacada de seu castelo. A vista à sua frente era medonha, o local certamente era pior do que o próprio apocalipse. - Se quer direito de lutar ao meu lado terá de conquistá-lo - Ele esclareceu.

- Preciso de aliados nessa guerra, Lúcifer tem todo o inferno, ou ao menos ele acha que tem. Belphegor certamente apoiará minha causa, ele é obrigado - Não precisava expliar o por que para Alice, ela sabia bem. - Alastor e Astaroth são opções, e preciso que você os traga para meu lado - Quando ouviu a pergunta dela sobre seus irmãos ele riu.

- Agares nunca moveria um dedo para me ajudar, ele só responde a meu pai e apenas a ele. Ael me trairia em um piscar de olhos, Ahazor está sumido, provavelmente em alguma dimensão solitária, em cem anos eu não o acharia, Mah'A é a pequena puta de Agares e faria tudo o que ele manda sem hesitar, Malmorthius me odeia mais do que qualquer coisa, na primeira oportunidade tentaria me atravessar com uma espada -

A garota ouviu atentamente ao seu pai, e não expressou oposição a ele, entendia que caso seu pai falhasse era seu dever suceder seu titulo e seu nome e era isso que ela faria se precisasse, não disse nada até que ele disse sobre Alastor e Astaroth, sabia que seria um trabalho difícil convencer e talvez não tivesse força o suficiente para obriga-los se necessário, talvez tivesse de pedir ajuda a alguém, mas certamente não poderia negar algo a seu pai, não agora que o mesmo disse que ela deveria mostrar seu valor se quisesse merecer lutar ao lado dele.

- Farei como desejar, mas espero que não tenha que me vender mais uma vez. – Fez reverencia a seu pai novamente e esperou até que ele a desse permissão para se retirar.

Enquanto parada muitas coisas passavam por usa cabeça, tentava entender o motivo de seu  ter dito aquelas palavras sobre suas asas serem símbolos de realeza, não entendia porque tanto fascínio pro algo que a enfraquecia e a tornava inválida.

- Te vender? - Crowley riu baixinho e abriu um sorriso de canto colocando seus olhos na direção dos da garota. O olhar de admiração com a beleza dela - Demônios que me desinteressam não merecem nada mais do que serem esmagados... Se não nos apoiarem... Não deixe que existam por mais um dia - ]Quando terminou caminhou de volta a seu trono e ao encostar no símbolo cravado na pedra do trono uma armadura começou a se montar em seu corpo, detalhada em azul e dourado, e quando finalmente estava coberto pelo metal do inferno Crowley fez surgir na sua mão um capacete de chifres, ele o encaixou em sua cabeça e deixou que os cabelos escorregassem para fora.

Seus olhos se tornaram totalmente laranjas e ele desembaiou de seu trono uma espada. - Traga de volta quando acabar - Entregou a lâmina para sua filha e correu, pulando da sacada de seu castelo e abrindo suas majestosas asas, eram maiores que as de Alice porém muito mais feias, eram rasgadas nas extremidades e sem qualquer pluma que indicasse descendência angelical.

A lâmina que ele tinha deixado com Alice era chamada de Albeiron, o metal negro fosco parecia emanar uma energia obscura, aquela era uma das doze espadas infernais, capazes de realmente matar demônios lordes e superiores para sempre, e há quem diga que também era capaz de derrubar anjos. O homem que as forjou é desconhecido mas muitas das espadas estão perdidas pelas dimensões do inferno atualmente e Crowley tinha uma delas. Quando ela se teleportou para a dimensão de Astaroth se viu em meio a neve.

O local não era belo de forma alguma, tinha a intenção de ser assustador mas não seria o suficiente para impressionar alguém acostumado com o mundo de Crowley. Duas pontes paralelas se projetavam a frente de Alice e muitos degrais de escada, no topo deles em um trono estava sentada graciosamente Astaroth com a cabeça erguida. Diabretes menores traziam a ela tudo o que pedisse e a serviam em quanto demônios grotescamente feios rodeavam Alice e acabavam se afastando quando notavam as plumas negras em suas costas, aparentemente nenhum deles queria ter de se meter com alguém com aquelas asas.

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Dimensão
Astaroth

Algo inesperado aconteceu, mesmo sabendo que seu pai não confiava em sua força, nunca esperaria que o mesmo lhe confiasse Albeiron, uma espada que teve seu nome feito pelo seu próprio poder e não pelo poder daqueles que um dia já a empunharam. Foi até a dimensão de Astaroth sem medo, sabia que só a presença da espada em si já colocaria uma pressão enorme na mulher que seu pai visava como Aliada. Brandiu suas asas e caminhou pela ponte com elas abertas, sem nunca desviar os olhos de seu objetivo, o trono em que Astaroth se encontrava. Subiu as escadas sem nunca parecer se cansar ou ter problemas para aquilo, quase no final das escadas, esbarrou com um diabrete que estava catando alguma coisa que havia derrubado no chão, a criatura sem perceber tocou nos pés de Alice, e no mesmo momento recebeu um chute tão forte que o fez subir o resto das escadas e cair aos pés de sua mestra, terminou sua subida e parou uns instantes para encarando a mulher, pegou Albeiron e apontou para face da mesma e disse:

- Venho aqui a mando de meu pai, Crowley, os olhos do inferno. – Deu uma pausa na fala para que a mulher que não parecia ser muito ligada nas coisas pudesse entender aquilo tudo e então continuou. – Você está sendo intimada a se juntar a seu senhor e subir ao mundo dos mortais! Futuras instruções serão dadas por ele mesmo. Você tem duas opções, aderir ou morrer!

Astaroth se erguia em seu trono como uma verdadeira rainha, não trajava qualquer roupa a não ser fitas da cor rosa presas a seus chifres e enroladas em partes do corpo. Ela tinha cabelos ruivos e o corpo de uma humana jovem... Ou quase humana. Poucos demônios no inferno eram donos de uma aparência "normal" e Astaroth chegava bem perto disso se não fosse pelos chifres em sua cabeça. Ela abriu um sorriso quando notou Alice se aproximando e chutando seus servos, não parecia realmente ligar para aquilo... Parecia animada?

Ela inclinou a cabeça como um animal qualquer quando a filha de Crowley a dirigiu a palavra - Lúcifer sabe dos planos de seu pai? - Perguntou a encarando. Ao receber a resposta de Alice ela ficou quieta por alguns segundos, não tinha tirado nenhum momento os olhos da espada da garota. - Essa é uma das espadas infernais? - Era uma pergunta retórica.

- Interessante. Uma garota vem a minha dimensão e me ameaça com uma espada como essa. Sabe o que? acho que irei toma-la de você - Ela sorriu com uma expressão animada e se levantou. - Farei bom uso das penas em suas asas - Ameaçou e continuou falando, parecia gostar de falar com aquela voz estridente e irritante - Mas não será comigo com quem você lutara... Meu campeão! venha ! - E um homem apareceu andando até a pequena arena que tinha antes das escadas.

Ele trajava uma armadura pesada e tinha dois metros de altura. As extremidades do metal eram detalhadas com chamas, era como se ele estivesse sempre fervendo dentro daquela roupa de ferro negro, correntes escorriam por ele garantindo que nunca saísse dali. - Venha, puta - Chamou ofensivamente, além de dois metros ele tinha uma espada maior que ele nas costas, a puxou com força fazendo com que quando finalmente fosse desembaiada ela caísse fazendo um estrondo no chão. - Destroçarei sua alma - Ameaçou seguido de uma risada.

Spoiler:

Agora Alice estava calma, confiava completamente em si mesma e no poder da espada que seu pai a havia confiado, não deixou-se abalar por Astaroth ou por seus servos nem por um segundo e ouviu calmamente a mulher perguntar:

- Lúcifer sabe dos planos de seu pai?

 E então sem demora responde-a:

-O que Lucífer sabe ou deixa de saber não lhe diz respeito.

Astaroth ficou quieta por alguns instantes, talvez estivesse nervosa ou se sentindo desaforada com aquilo que a filha de Crowley acabara de falar, mas logo depois simplesmente começou a falar sobre a espada, perguntou se era uma das espadas infernais e não teve uma resposta e então continuou falando que tomaria a espada para si e que a depenaria (Alice), Chamou seu campeão que se pós no centro da arena que se encontrava de baixo das escadas, aquela mulher ousou desafiar um membro da família real, Alice já estava ficando irritada com tamanha insolência e então ouviu o bruto a chamar de puta, não pode se contar, sentia que devia por todos que estavam ali em seus lugares, segurou Albeiron com sua mão direita e pegou uma de suas espadas gêmeas com a esquerda, fitou Astaroth com a chama de sua fúria queimando nos olhos e então disse:

- Como alguém tão pequeno ousa desafiar a família real? Vejo que tenho que por o lixo para fora, eu iria trata-la bem e leva-la sem feridas até meu pai, mas agora sinta-se com sorte caso leve sua cabeça ainda presa ao corpo. – Alice virou de costas e se preparou para descer até a arena. – Irei destruir aquela sua fadinha e depois venho lhe mostrar do que essa garota é capaz.

Alice pulou as escadas e planou até o centro da arena, se pós na frente do homem e o analisou por uns instantes, viu que os únicos possíveis locais vulneráveis em sua armadura eram o pescoço e uma abertura no peito por onde saia uma luz que parecia queimar. Se colocou em posição de combate e disse: - Venha criatura, irei dar-lhe um pouco de amor.

Esperaria até que o bruto atacasse usaria o seu peso para derrota-lo, caso o homem viesse com um ataque horizontal mirando em sua cabeça se abaixaria e fincaria as duas espadas de uma vez no peito dele, caso fosse o mesmo ataque nas pernas, pularia e o decaptaria com um golpe só, se resolvesse dar um golpe vertical tentando parti-la ao meio, desviaria para direita e fincaria as duas espadas nele, uma em cada abertura, Albeiron no peito e a da mão esquerda no pescoço.

A dimensão toda havia se reunido em volta da árena e esegueirado-se como podia para ver o que estava acontecendo ali. O único som que era escutado naquele local era o som da canção das espadas. O demônio de dois metros andou na direção de Alice erguendo a espada acima da cabeça se aproximando e pretendendo descer ela no crânio da garota, mas a neta de Lúcifer se jogou para a direita e fez um movimento rápido e preciso com as espadas. Era definitivamente mais rápida que o grandalhão.

A lâmina de Alberion deslizou para dentro da criatura com uma facilidade absurda, era como encaixar a espada na bainha, parecia estar cortando papel. O som que o atrito da lâmina fez com a armadura fora estridente e a espada encontrou o outro lado do demônio saindo pelas costas deste. Em quanto a outra ( a lâmina de Alice ) correu para dentro da garganta dele, a legião de demônios não fez um sequer barulho quando o campeão de Astaroth caiu no chão tombando e criando um baque (som da queda) enorme.

Astaroth se movia inqueita no trono - Alguém se acha capaz de substituir o imbecil? terminar o que ele não terminou? - Gritou para sua legião de demônios mas ninguém moveu um dedo para querer enfrentar Alice. Ela já estava se preocupando quando uma movimentação começou na multidão, um demônio atravessando o mar de pessoas para chegar até Alice.

- Últimas palavras?- Perguntou ao chegar na frente de Alice. Esse era bem diferente do primeiro, sua aparência era mais humanizada, era forte e carregava um martelo capaz de esmagar qualquer coisa que se movesse, a armadura dele era limitada a braceletes e pernas.

Spoiler:

O brutamontes que uma vez a havia ofendido agora caia a seus pés como um saco de batatas pela metade, Alice gargalhava ao ver a força da espada que tinha em mãos, não havia sentido nenhuma dificuldade em perfurar o peito e a armadura daquele pobre demônio. Ela deu uns passos pra frente e gritou:

- COMO ESPERADO, A PLEBE NUNCA CONSEGUIRÁ CHEGAR AOS PÉS DA REALAZA, DESISTA DISSO ENQUANTO AINDA ESTOU PIEDOSA! – Mas sem responder nada Astaroth exigiu que mais alguém se pusesse contra ela, dessa vez era um demônio mais belo que o anterior, não usava armadura e tinha um corpo malhado, Alice o achou uma criatura bela e imponente, mas o via como um animalzinho e não como uma pessoa, o homem se pós de pé na frente dela e pediu pelas suas ultimas palavras, Alice já não tinha mais paciência para aquilo tudo, então sorrateiramente deu dois passos na direção do homem e então investiu em sua direção visando fazer um corte horizontal em seu pescoço tentando assim decapta-lo com Albeiron antes que pudesse se mover para contra-atacar.

Ele tentou levantar o martelo a tempo mas por mais que ele fosse rápido a sua arma era pesada e demoraria algum tempo a mais para ergue-la. Ele se esforçou para tirar o peso do chão mas quando finalmente o conseguiu Alice já estava em cima dele tentando cortar a garganta, tudo o que conseguiu fazer foi abaixar a tempo, ainda sim havia ganhado um corte na testa profundo, onde a espada pegou. - Maldita - Ele chamou e agora com a arma já em mãos ele partiu para tentar acertá-la com o martelo erguido tentando acertar o tronco de Alice de lado para derruba-la e só então mata-la.

Em quanto assistia a batalha Astaroth roía as unhas e trovões caíam do céu, aquela era a dimensão dela e parecia variar de acordo com seu humor. Os demônios em volta da arena começaram a se agitar e alguns fugiram para partes mais escuras daquele mundo. Parte por medo de Alice e parte por medo de Astaroth.

Sua investida havia falhado, o demônio for rápido o suficiente para se abaixar e minimizar os danos, Alice ficou surpresa com aquilo, não imaginava que alguém tão alto e pesado poderia mostrar tal velocidade, a garota nervosa mordia a parte de dentro dos seus lábios enquanto pensava no que fazer, mas não teve muito tempo para o mesmo, logo em seguida o brutamontes balançou seu pesado martelo em direção ao seu torço, por puro reflexo a menina pulou para trás tentando tirar seu corpo da trajetória, e ficou novamente em guarda, esperaria que ele atacasse novamente para tentar um contra-ataque, caso não deixasse muitas aberturas para um golpe fatal, ela planejava debilitar o ser cortando um de seus braços ou pernas, mas seu plano principal ainda era perfurar seu coração ou cortar-lhe a garganta.

O ataque do demônio fora totalmente falho. Isso indicava que a velocidade de Alice era muito maior do que a dele, apesar de ele não ser lento. Ele ficou bufando em quanto a observava com os olhos cheios de fúria, estalou o pescoço e pôs um pé para trás se preparando para pegar impulso. Ele avançou. Corria desafiando qualquer lei da física existente dizendo que ele não aguentaria um martelo daquele da forma que segurava, ele fez então um movimento inesperado. Parou no meio do caminho e jogou o martelo contra Alice já disparando contra ela para soca-la na direção do queixo com a parte de espinhos na armadura do ante-braço.

Alice viu que não iria vencer aquela luta tão fácil como a outra, seu oponente lutava de uma forma estranha e um tanto quanto engraçada, não parecia pensar muito no que fazer, simplesmente tentava a surpreender e a derrubar rápido, viu que o homem começou a correr e então parou para lançar o martelo e novamente se pós a correr, ao ver o machado vindo tentou abaixar para desviar dele e enquanto abaixar desferir um golpe forte e rápido visando cortar ou pelo menos ferir as pernas do bruto que corria em sua direção, caso funcionasse se levantaria e daria o golpe final no homem utilizando Albeiro.

Alice teve de se abaixar rapidamente e quase deitar no chão, já que o martelo não tinha sido lançado tão altamente. De qualquer forma, ela tinha conseguido, aproveitou a deixa e cortou as pernas do inimigo. Sentiu o aço da espada morder a perna do demônio e cortar com facilidade, era como cortar algo fofo. O demônio caiu de cara no chão soltando um barulho estridente por causa dos metais que tinha no corpo, ele tentou se levantar mas antes que pudesse já havia sido finalizado deixando sangue por toda a lâmina de Albeiron.

O som das palmas de Astaroth ressoaram por toda a dimensão, era como se ela aplaudisse em um microfone, conectado à varias caixinhas no chão. - Parece que os derrotou - Ela se ergueu, tão alto quanto podia - Vamos ver de que cor é o sangue de Lúcifer - Ela abriu os braços e sua pele começou a se desfazer, caindo ao chão, ela começou a crescer e tomar a forma de uma criatura grotesca, com pele negra e feita de fogo, era algo realmente horrível.

O monstro, porém, não parecia conseguir sair do local de onde estava, como se estivesse presa ao trono. Ela - Ou ele, já não era mais algo identificável - Abriu a boca na direção de Alice, disparando uma labareda de chamas por toda a escadaria. Ela parou por um tempo e disparou de novo, dessa vez as chamas alcançariam a garota.

Spoiler:

Tudo havia dado certo, o demônio contra que lutará foi facilmente abatido devido sua falta de velocidade e talvez de inteligência também, esperado de alguém com aquele porte é raro ver alguém forte e inteligente. Expressava um sorriso debochado em sua face, se vangloriava por fora mas sabia que sem aquela espada as luta teriam rumos totalmente diferentes, se não fosse pela lealdade que tinha para com seu pai, provavelmente fugiria levando Albeiron consigo, seria o substituto perfeito para o poder tirado dela por aquelas malditas asas.

Já estava ficando cansada daquilo, uma luta atrás da outra, se perguntava se aquilo seria o suficiente para mostrar a Astaroth o poder que possuía, mas não, ela fez questão de mostrar sua verdadeira forma e dizer que veria a cor do sangue de Lucífer. Aquilo era muito engraçado, uma “mulher” que passava seus dias nua sentada em seu trono exibindo sua “beleza” se transformar num monstro grotesco e nojento, Alice gargalhou ao ver aquela forma decadente e disse:

- Essa forma combina mais com você... E essa cabeça feia será um troféu muito melhor!

Assim que terminou de falar, a besta que se encontrava aparentemente presa em seu trono começou a cuspir fogo, a primeira rajada foi fraca, parecia que estava desenferrujando ou tirando algo da garganta, mas a segunda parecia que iria alcança-la. A os reflexos de Alice foram mais rápidos que seus pensamentos, a garota pegou o corpo do brutamontes que acabará de matar e usou como escudo para protege-la das chamas. Assim que as chamas pararam, Alice o pegou grimório que estava preso em sua saia e o abriu usando-o para conjurar uma lança de gelo, e a lançou em direção a faça de monstro que a estava atacando, mas não pretendia atingir o mesmo, quando a lança de gelo estava a centímetros da face de Astaroth, a mesma foi atingida por uma bola de fogo, fazendo-a assim se vaporizar formando uma cortina de fumaça. Alice rapidamente correu com todo o vigor que tinha, planejava subir ao topo da escada, ficar de frente para Astaroth que teria sua visão limitada pela fumaça, pular usando usas asas para dar maior impulso e jogando todo seu peso para baixo fazer um corte diagonal do ombro direito até o final da barriga da criatura tentando não matá-la mas sim debilita-la e impedi-la de continuar a lutar ou voltar a sua forma humanoide.

O corpo do demônio aguentou o fogo por um tempo mas logo depois começou a queimar, mesmo que ele fosse um demônio resistente as chamas ele não aguentou o fogo da forma bestial de Astaroth. A pele dele começou a fritar e o cheiro de carne queima subiu com violência, no final era um odor familiar, demônios de fogo lutavam entre-si na dimensão de Crowley. Astaroth riu com a cena, queimando cada centímetro do corpo do demônio, quando ele já não estava mais reconhecível Alice teve de jogá-lo de lado, mas havia sido tempo o suficiente para protegê-la das chamas.

A lança de gelo se materializou e foi lançada alguns instantes depois, vaporizando quando chegou perto de Astaroth, Alice nem precisou usar a bola de fogo por quê o " monstro " já tinha lançado uma mini-labareda ele mesmo para impedir que a lança chegasse e quando a cortina de vapor se formou Alice não precisou chegar muito perto para notar que a rainha da beleza ali não estava mais na forma demoníaca.

- Espertinha - Exclamou se aproximando ... correndo ... Em forma " humana " e jogando o metal de sua espada contra o metal de Albeiron, aparentemente ela podia mudar de forma em alguns instantes. O corpo da mulher girou para o lado contrário do trono fazendo Alice trocar de lugar com Astaroth. Ela parecia tensa, segurava na mão uma espada vermelha com um detalhe bem notável: A lâmina estava com um rachado mínimo no local que tinha acertado Albeiron. - Tsc - Ela era meio lenta naquela forma mas... Leve? Astaroth tentou um salto mortal bem alto na direção do trono, aparentemente queria voltar ao ponto de origem.

Astaroth parecia necessitar de seu trono para alguma coisa, já que a mesma havia dado um salto mortal um tanto quanto desnecessário para alcança-lo, Alice não podia permitir tal coisa, talvez o trono fosse parte da transformação de Astaroth ou algo do tipo, então correu em direção ao mesmo e se posicionou com suas espadas apontadas para cima, visando perfurar Astaroth antes da mesma tocar o chão.

Astaroth não esperava que esse fosse o próximo movimento de Alice e caiu exatamente onde ela queria. Albeiron a atravessou com facilidade extrema através do estômago, manchando a lâmina negra com sangue, a outra espada atravessou o ombro de Astaroth, mas com certa dificuldade. A mulher no entanto sobreviveu, de alguma forma ao ataque e em quanto ainda estava "empalada" começou a falar, ou tentar em meio as tosses de sangue

- Perdoe... Perdoe-me, misericórdia... Mestra - Foi tudo o que conseguiu falar, não parecia ser capaz de se mover. De repente os demônios do inferno de Astaroth começaram a se aproximar lentamente, invadindo a arena e formando um círculo de criaturas em volta da filha de Crowley e de Astaroth, ficaram todos calados, e entre todo o silêncio que aquela dimensão havia tomado um deles se pôs a frente dos outros, era evidentemente mais forte e racional. Não tinha rosto, era apenas energia queimante e azul borbulhando para fora da armadura vermelha e negra que servia de corpo, segurava uma espada azul de material duvidoso, era semelhante a gelo.

- SAÚDEM A PRINCESA DE TODOS OS INFERNOS, ALICE!, RAINHA DE NOSSA DIMENSÃO - Gritou com uma voz potente que ecoou entre o inferno, Astaroth moveu a cabeça para o lado para observá-lo com desprezo, queria falar algo mas não conseguia devido a sua circunstância atual. E todos os seres na dimensão se juntaram para ver a nova senhora deles, desde os mais racionais até os mais grotescos e horríveis que não entendiam quase nada se aproximaram, e se curvaram em respeito a ela, e gritaram seu nome em comemoração... Agora essa não era mais a dimensão de Astaroth, era a dimensão de Alice. O demônio que havia tomado a frente dos outros depositou a lâmina aos pés de sua nova senhora - Azazel... À suas ordens, minha princesa -

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Não esperava que fosse tão simples assim, a mulher que antes era a rainha de toda uma dimensão havia sido derrotada por um simples erro de lógica? Começará a duvidar se a mesma era realmente necessária para o exercito de seu pai, afinal como uma pessoa tão burra e frágil poderia ser de alguma ajuda em uma guerra?

Perdoe... Perdoe-me, misericórdia... Mestra

Disse Astaroth empalada pelas duas espadas de Alicie. Agora que estava a beira da morte a mulher parecia uma pessoa totalmente diferente, seu orgulho e honra foram totalmente trocados por medo e desespero enquanto a mesma clamava por sua vida. Alice riu ao ver tão deplorável cena, digno de pena.

Antes que Alice pudesse fazer qualquer coisa um dos demônios que assistiam aquilo tudo foi até ela e gritou:

SAÚDEM A PRINCESA DE TODOS OS INFERNOS, ALICE!, RAINHA DE NOSSA DIMENSÃO.- E continuou - Azazel... À suas ordens, minha princesa -

Olhou com desdém a face daquele ser que se apresentava com tal nome e disse:

- Não me faça piadas de mal gosto, como ouças usar um nome tão orgulhoso quanto o de Azazel? Respeite a lenda... Respeite a memoria dele. – Disse a menina em um tom sério e então continuou. – E por falar nessa coisa de rainha dessa dimensão, não quero meu nome afiliado com um lugar tão pobre, mas ainda assim tomarei todos vocês como meus.

Alice retirou as espadas da barriga de Astaroth, arrastou a rainha decadente até a frende das escadas pelo cabelo e então proclamou:

- APARTIR DE AGORA VOCÊS TODOS ESTÃO SOB MEU COMANDO, NÃO SEREI RAINHA DESSA DIMENSÃO E MUITO MENOS QUERO MEU NOME AFILIADO A UM LUGAR TÃO POBRE! PORÉM PREPAREM-SE POS NÓS IREMOS A GUERRA! – Levantou Astaroth um pouco mais alto e com sua espada normal cortou a cabeça da mesma, sabia que isso não a mataria, pois só armas especiais eram capazes de matar um demônio, então jogou o corpo da mesma pelas escadas. – Levem esse lixo para algum curandeiro, façam as feriadas se fecharem logo e não deixe essa parte morrer, daqui a uns tempos voltarei para buscar. – Disse ela enquanto prendia a cabeça de Astaroth ainda viva em seu sinto e se preparava para voltar a dimensão de seu pai.

Ao serem notificados da guerra os demônios bradaram como se houvessem recebido a melhor das notícias, o tal Azazel apontou para o corpo de Astaroth e quatro criaturas feias e pequenas, com pele vermelha se moveram e a carregaram para o fundo da dimensão, provavelmente onde vivia algum tipo de demônio capaz de costurar os furos em Astaroth.

Azazel deu um passo a frente antes que ela partisse, pretendia falar algo mas Alice já tinha partido, voltou a dimensão do pai, os salões continuavam vazios e solitários, deixou a cabeça de Astaroth que ainda não tinha falado qualquer coisa e então teleportou-se para a dimensão de Alastor.


A névoa era densa naquele local. Alice sentiu as pernas afundarem na água do pântano a sua volta, árvores e névoa se estendiam infinitamente, um pequeno barco levava quatro tripulantes sobre as águas, inicialmente, pareciam humanos mas os olhos de um deles se tornaram totalmente negros ao notarem a presença da garota, e começaram a ir em sua direção, o barco parou próximo ao local e um deles saltou na água, afundando até a cintura, e começou a se aproximar

- Quem és tu que adentrou os pântanos do tormento ? – Ele não quis se aproximar muito mais, talvez se devesse ao fato de Alice carregar asas em suas costas. As asas negras iam de encontro com a água verde, o local tinha um odor repugnante e não tinha qualquer sinal da luz do dia, o céu era apenas um borrão cinza e nevoado.
O homem na frente de Alice era meio gordo e vestia-se com couro, sua mão estava pousada sobre o cabo de uma espada que mal dava pra ver, afinal, estava afundado na água quase que inteiramente.

Voltou para casa vitoriosa, sabia que o lugar estaria vazio, já que seu pai havia saído pra resolver os próprios problemas. Colocou a cabeça de Astaroth sobre o trono de seu pai, para caso o mesmo voltasse prontamente a visse e disse:

- Fique quietinha enquanto eu vou te buscar um amiguinho, vadia.

E então se teleportou para a próxima dimensão. Apareceu no que parecia ser um pântano, seus pés afundaram na lama verde e pegajosa do lugar, não era um lugar que poderia ser considerado feio, mas de fato fedia, fedia com a flatulência de um demônio pútrido. A nevoa era densa porém não muito longe dali Alice pode ver um barco com alguns tripulantes se aproximando dela, ao longe pareciam ser... humanos? O primeiro pensamento que ela teve foi: “Humanos no inferno? Não vou ter que esperar meu pai voltar para ter novos bichinhos”. Mas quando os mesmos chegaram pode ver que não passavam de demônios inferiores, um deles desceu e disse:

- Quem és tu que adentrou os pântanos do tormento ?

Parecia assustado de mais para se aproximar da garota, talvez as asas o houvessem amedrontado, asas quais a esse ponto estavam encharcadas de lodo, podia sentir a aguar com a ponta das mesmas, era quente e viscosa.

- Alice Crowley, filha de Crowley e neta de Lúcifer, talvez vocês conheçam esses nomes não é? – Disse ela com um tom um tanto quanto irritado. – Andem logo, me levem a seu mestre, tenho uma mensagem de meu pai para ele.

Não queria ter de lutar novamente, estava um tanto quanto cansada por causa das coisas que haviam acontecido na dimensão de Astaroth, esperava poder resolver tudo com uma conversa, uma rápida conversa se possível.

O demônio menor se afastou e foi falar com os outros, demorou alguns minutos, ele pegou um corvo negro que estava preso em uma jaula no barco e o jogou para o céu, o corvo de olhos vermelhos bateu asas e desapareceu no céu verde. O homem se direcionou até a garota, ele fez uma pequena reverência à Alice quando se aproximou - Majestade, nós a guiaremos pelo pântano, se nos permitir - E ele subiu ao pequeno barco de madeira, então ofereceu ajuda a ela para que subisse. O barco começou a pegar velocidade em quanto avançavam pela água e névoa, vez ou outra era capaz de ver uma coisa ou outra em algum canto do pântano, ou vindo debaixo da água, mas nenhuma parecia se interessar ou querer se aproximar do pequeno barco de madeira. E em um nível do pântano era capaz de ouvir vozes de sofrimento, almas presar por cordas em suas gargantas em árvores, sendo enforcadas infinitamente, outras sendo afogadas por zumbis ou sendo devoradas, apenas para serem restauradas e devoradas mais uma vez.


Quando finalmente se afastaram da névoa e do pântano encontraram a escuridão... Uma noite infinita, mas que não era problema para Alice, que podia ver perfeitamente no escuro. O Oceano se tornou turbulento e depois de dez minutos no que aparentava ser um mar aberto a filha de Crowley pode vislumbrar o Forte Fúria no topo de uma colina, com brilhantes luzes distantes vindas de sua janela. Uma leve chuva começou a cair conforme se aproximavam, era uma chuva fria e leve. - Estamos chegando - Um deles anunciou quando estavam quase na praia

Alice não conseguiu ver mas algo, ou alguém passou sobrevoando eles em direção à fortaleza.

- Ouvi historias - Comentou um dos homens no barco - Historias de uma resistência humana lá em cima, um local onde eles se escondem dos olhos do nosso rei - Ele disse, com um tom incerto

- Nada é capaz de escapar dos olhos do caído - Retrucou o outro

- Algum de vocês já esteve lá em cima ? - Perguntou um terceiro, mas ninguém respondeu

A pequena embarcação encostou na praia negra e os demônios se retiraram dela com rapidez, a trazendo para terra e estendendo a mão para ajudar Alice a sair dali. Logo a frente ficava a escada que levava ao caminho para o castelo de Alastor. Uma criatura desceu dos céus iluminando o caminho com uma tocha presa no topo de o que parecia ser uma lança, e logo atrás veio outro, extremamente semelhante ao primeiro, os dois fizeram uma reverência a filha de Crowley.

- Se nos permitir, Lady Alice – As duas criaturas fizeram menção de abrir caminho pra ela – Caminhe conosco, a guiaremos pelo Forte Fúria.

Um dos guardas caminhava a frente dela a levando pelo caminho, e o segundo atrás de Alice, provavelmente com o objetivo de protege-la em qualquer caso ou algo assim. A estrada era estreita e sinuosa e isso tornava impossível que grandes quantidades de pessoas caminhassem juntas e com velocidade, a maioria provavelmente cairia no abismo, então toda cautela ali era pouca. Alguns minutos depois, se aproximando do forte o grande portão de ferro começou a se abaixar e adentrar o chão, dando a visão do interior do castelo.

Passaram por um grande pátio vazio, iluminado apenas pela lua e seguiram direto para a estrutura principal, com janelas acesas. A arquitetura era notavelmente bruta e certamente não era nada bela, era algo agressivo e sangrento, e parecia piorar conforme avançavam, até um certo ponto onde as paredes começaram a ser realmente cobertas por sangue, e os detalhes passaram a ser caveiras presas a parede como ornamento, vez ou outra um demônio passava pelo caminho;

Após muito caminho chegaram a entrada da sala do trono. Uma grande porta com um tipo de dispositivo ao lado, um dos guardas colocou a mão sobre o dispositivo e uma lâmina atravessou a mão da criatura, deixando o sangue escorrer e descer através de pequenos canos até um certo ponto conectado a porta, em seguida ele prendeu a lança em um encaixe, e o outro fez o mesmo, as lanças rodaram e o local se abriu.

A onda de calor da sala do trono recebeu Alice rapidamente em quanto os demônios seguravam as lanças para que as portas se manteçem abertas.

– Venha, minha senhora – A voz ecoou pelo local, e uma vez que ela entrou as portas se fecharam atrás dela. A sala era feita de fogo escorrendo pelas paredes e descendo em um abismo de chamas, sendo o único chão uma ponte que ligava a entrada até o trono vermelho, vazio.

- A que devo a honra de sua presença? – A voz demoníaca continuava a ecoar pela sala, mas não havia sinal da presença de Alastor.

Foi um passeio de barco um tanto quanto entediante, tudo muito normal pra um lugar no inferno, almas sofrendo, gritos de dor, cheiro de carne podre... Nada de muito novo. Enquanto ouvia os lacaios de Alastor conversarem sobre alguma coisa do mundo acima Alice pensou:

“Porque tentar tanto fazer a dimensão ser um lugar ameaçador?”

Continuaram o caminho sem nenhuma interrupção o cenário mudava constantemente, tanto no pântano quanto dentro do castelo, mas nada muito impressionante para a garota que já estava acostumada com a dimensão de seu pai. Seguiu os guardas pelo caminho que provavelmente a levaria até o “rei” daquele lugar sem dizer nenhuma palavra, enquanto andavam pode notar uma coisa sobrevoando por eles, já fazia ideia de quem era, já que ao adentrar no pântano viu os lacaios mandarem um corvo avisar de sua chegada. Chegaram até um grande portão que aparentemente não se abriria só de o empurrar, os soldados que a escoltavam tiveram que dar do próprio sangue e depois colocar suas tochas em lacunas, aparentemente elas eram as “chaves” do portão, pensou com sigo mesma:

“Será que uma pessoa tão precavida assim é realmente alguém forte?”

Começou a duvidar das escolhas de seu pai, primeiro uma mulher narcisista que achava superior a todos e agora um cara que tenta parecer amedrontador mas se tranca atrás de um portão com mecanismo de defesa? Oque poderia fazer, não se pode muito bem contrariar as decisões de um príncipe, mesmo quando esse é seu pai.

- A que devo a honra de sua presença? –

Adentrou a sala com paredes de fogo e viu o seu trono vazio, porém pode escutar uma voz ecoar pelo local, foi ai que teve certeza de que aquele que acabará de passar voando por eles era certamente Alastor.

- Vim em nome de Crowley, o quarto príncipe do inferno, lhe convocar para fazer parte de seu exercito pessoal. – Em um tom um tanto quanto estressado a menina continua. – Peço que por favor colabore, acabo de vir da dimensão de Astaroth e nós duas não tivemos uma resolução muito “amigável” com esse assunto... Digamos que ela acabou por perder a cabeça.

Não tinha nem um pouco de vontade de entrar em outra luta sem sentido, só queria levar Alastor ao encontro de seu pai e provar que é digna de participar de seus planos.

Brasas surgiram e se juntaram na frente de Alice, formando o corpo de Alastor a partir das chamas. A pele do demônio lorde era vermelha e ele era alto e esguio, certamente mais alto que Crowley, os olhos laranja refletiam as luzes do local, a expressão em fúria. Ele carregava quatro chifres em sua cabeça, dois menores vindos da testa e dois maiores que nasciam acima da orelha, a pouca armadura negra que trajava era enfeitada com correntes aqui e ali, e carregava três caveiras em sua cintura, as três pareciam estar "acesas", como lâmpadas. Ele abriu as longas asas vermelhas e negras em quanto se aproximava, Alastor se abaixou para observar melhor Astaroth

- Vejo que tiveram uma boa conversa - Ele então se ergueu - Astaroth nunca teve o que era preciso para ser uma líder, e agora ela pagou o devido preço por sua insolência - e pegou uma das caveiras presas a cintura e a jogou para Alice - Concentre sua energia nisso e será capaz de criar um portal para onde quiser, desde que já tenha estado lá antes ... Agora nos leve a seu pai - Ele esperou que a garota criasse um portal.

Uma vez que a caveira consumiu parte da energia de Alice uma fenda se abriu a frente da garota, um portal criado de pura energia que se abria cada vez mais, Alastor o atravessou e em seguida Alice também o fez. Sentiram um súbito frio no estômago e de repente o corpo havia se materializado no castelo de Crowley, o portal em seguida fechou-se atrás deles. Dessa vez o príncipe do inferno estava lá, sentado em seu trono, sem dizer nada, apenas observando Alice como se esperasse algo. Alastor deu um passo a frente e se ajoelhou - Meu príncipe, venho responder a seu chamado - Crowley se ajeitou no trono, ainda sem exibir qualquer expressão ou falar qualquer coisa.