Secrets of the Magician

There is only one true magic master, and it isn't you. Now i shall show you the true meaning of power.

Ajudar na reconstrução daquele lugar, começava a fazer parte do meu dia-a-dia. Os soldados pareciam nutrir um gosto especial por magia humana, não os poderes dos magos que ateam fogo em suas mãos, mas os pequenos truques que haviam sido esquecidos no decorrer dos anos. Eu e Aemy, uma garota da qual havia me aproximado no decorrer de nossa estadia, passavamos a maior parte do tempo entre as fileiras, conversando e interagindo com cada um daqueles homens. Eram momentos tristes, a moral de cada um deles poderia ser levantada, mas ainda me perguntava se isso era o razão de minha convocação aquela tenda. Nosso capitão desejava falar comigo.

- O senhor me chamou? Perguntava assim que abria a tenda, me deparando com aquele jovem que carregava o mundo em seus ombros.

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Aceitava a cadeira não demorando para me sentar ao lado do capitão. Poderia jurar que estava pensando demais, mas o clima naquela sala era pesado. Estranhamento tenso para o momento que viviámos na Atalaia. – Sinto-me muito bem, agradeço a preocupação. Pausava por um momento. – Mas se me permitir capitão. Julgo que não tenha sido por isso que o senhor me convocou. Aemy era a única razão plausivel para mim, ao menos naquele momento.

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Por pior que fosse o cenário em minha mente, admitia que transparecia o nervosismo. Ainda assim eu me perguntava, por que as palavras do capitão me deixavam tão enervado. Era sobre Aemy que ele queria falar? Queria garantir que me livraria dela se preciso fosse? Mesmo em tal situação, duvidava a capacidade de seguir tal ordem. Aceitava o cantil com a água mas ainda não o bebia, não ainda.

- Agradeço, por ter pensado na jovem Aemy senhor. Por um instante sentia um peso sair dos ombros, não era ela a razão por ter sido convocado, então qual seria esta? Tinha dúvidas que faziam com que me perdesse, mas o pesar soava em meus ouvidos quando ouvia a pergunta vinda de meu superior. Devia a ele uma resposta clara, a verdade. – E-Eu...eu subi senhor. Cada frase ficava entalada na garganta, era difícil tocar no assunto. – Sempre possuí o menor cargo entre meus companheiros, apenas fui promovido a primeiro tenente alguns meses...não antes do incidente...que creio que saiba.

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Era perturbadora a falta de crença que aquele garoto possuía. O incidente não havia sido um deslize, havia sido um massacre causa por meus próprios atos, um pecado que não poderia apagar tampouco arrepender-me. O mais claro lembrete do lugar merecido para os demônios e aqueles que carregavam seu sangue. Haviam sido as minhas mãos que atacaram nosso capitão, eu o responsável pelo frenesi que causou a morte dele e de outros inocentes.

- O comando que possuo sobre a equipe não é o senhor pensa, foi apenas um gesto de deboche. Respondia amargo a sua pergunta. – Após a morte de nosso capitão, nenhum outro oficial humano quis tomar o controle dos Wild Cards. Minha promoção e posto foram apenas formas de contornar o problema enquanto eramos debochados. Encarava o capitão nos olhos enquanto dizia aquelas palavras. – Qualquer um que possua o sangue dos demônios não deve ser confiado com uma tarefa como essas. Não está em nossa natureza inspirar os outros.

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O garoto falhava em entender o que queria dizer. Palavras não pareciam funcionar assim tão bem junto ao capitão Thomas. Sua teimosia não conhecia os malditos limites da razão. A insistência em sua questão me deixava curioso, mas, sabia que seria desrespeitoso inquirir naquele momento. Uma resposta era o que o capitão desejava e tudo que poderia ofertar.

- Se fala de uma equipe de humanos, como os que representam a Atalaia, minha resposta é não. Era estoico, direto. – Não penso que seja capaz de aproveita-los tão bem como outros. Temo também que estes venham a retardar o progresso que possa fazer sozinho, ou com um destacamento tático como as Cartas.

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O sorriso de Thomas acima de tudo me era estranho. Um gesto que nunca havia visto semelhante em sua face. Admitia que já pensava que o garoto fosse incapaz daquilo, quebrado demais para poder aproveitar a vida com um sorriso tão claro como aquele. Não havia malicia em si, tampouco qualquer negação. Apenas podia vislumbrar a alegria faiscando em seus olhos.

Suas palavras eram envoltas em enigmas, tal como se ele não quisesse dizer o que realmente estivesse em sua cabeça. Talvez ele não fosse capaz de dizer o que queria, não naquela situação, mas nosso breve encontro havia me dado muitas certezas. Havia muito mais em Thomas do que julgava a princípio, muito mais do que ele mesmo decidia compartilhar.

- Ca-Capitão? Girava o corpo atordoado para a direção da saída, acompanhando com o olhar a figura do garoto que saia da cabana. Os pensamentos se embaralhavam dentro de minha própria cabeça, ideias demais para serem ditas sem ordem. Quase como se tivesse medo de confrontar o capitão. Como se mesmo em tão poucos passos ele já estivesse longe demais. Parecia que ele sempre havia estado longe demais. Sua forma saia da tenda, deixando-me sozinho com o cantil, que eu atava no cinto. - Mas...o que foi tudo isso? - Falava comigo mesmo enquanto encarava a porta. Havia em minhas mãos, um mistério a mais do que quando havia chegado.